Uma paradinha forçada em outra cidade me fez perceber que posso curtir até mesmo situações em que estão fora do meu controle
Divulgação
E aí, Mariassss!!!
Como vocês estão? Estou ótima, saí de férias essa semana, mas não se preocupem que tem história programada até o fim das férias. Jamais deixaria minhas Marias na mão.
Gostaram da história da nossa Maria da semana passada? Engraçado que quando abrimos mão daquela coisa de muito cedinho e deixamos fluir, as coisas acabam dando mais do que certo. Por isso, sou adepta do “desapega, solta, deixa fluir”.
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Mas, é claro que no meio desse processo o caos pode aparecer. Tudo bem, quem disse que não pode ser bom também? Ninguém.
Bom, eu adorei a festa de aniversário democrática que acabou misturando heróis e vilões, no fim das contas todo mundo se deu bem.
Agora, a Maria de hoje, gente… Sério!
Ela morou por um tempo na Europa e tinha um grande sonho de conhecer Paris. Assim que chegou, foi fazer o passeio. Único problema: não sabia como funcionava os trens por lá.
Venha comigo e leia até o final.
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Tinha desembarcado fazia duas semanas em Florença, na Itália. Já bati perna, conheci os pontos turísticos e sabia exatamente o café que mais me agradava na região. Amava aqueles estilos padaria de vó, sabe? Acolhedor e um uma “nona” sempre pronta a nos atender com pão saído do forno e café quentinho. Afinal, isso seria primordial para o próximo ano que passaria vivendo na Itália.
Bem, tenho essa coisa com cafés e estava contando os segundos para conhecer, finalmente, as cafeterias parisienses, já tinha comprado até boina.
Me mudei para a Itália a trabalho, já que a empresa onde trabalhava abriu uma filial no país e eu fui a sortuda escolhida para dirigir a franquia.
Estava bem pertinho do meu sonho de ver de perto a torre Eiffel e tomar um café bem fresquinho em uma charmosa cafeteria na esquina da rua mais famosa do mundo: a Champs-Élysées.
Bem, fui pesquisar o trajeto e todos que conheci na Itália disseram que o mais simples e barato seria embarcar em um trem. Achei super simples, fui comprar a passagem.
Gente, quando entrei no trem, fiquei encantada! Como os vagões são lindos e bem arrumados! Mais bonitos e elegantes do que classe executiva de avião. Impressionante!
Me acomodei na minha poltrona e aproveitei cada trechinho de viagem, comi bons croissants, donuts, almocei… Até que bateu um soninho. Afinal, seriam mais de dezesseis horas de viagem. Deitei a poltrona e fechei os olhos…
Quando me dei conta já tinham se passado muitas horas. Vi que o trem estava parado e uma fila tinha se formado para desembarque. Bem, só pra deixar claro aqui, na época não falava italiano e nem francês, apenas inglês, o que dificultou bastante o meu entendimento em algumas ocasiões, como a que vou contar a seguir.
Meio tonta porque tinha acabado de acordar, peguei minha mala de mão e entrei na fila também. Perguntei para uma senhora que estava na minha frente se havíamos chegado em Paris e ela me respondeu alguma coisa que acreditei que seria um “sim”.
Desci do vagão com um sorrisão no rosto e meu cérebro berrava “cheguei na cidade mais deliciosa do mundo!”
Estava tão feliz que nem olhei a placa com o nome da estação. Um táxi estava estacionado bem em frente e eu já entrei para não perder tempo. Disse em francês a frase que havia treinado: “me leve até o centro”.
Ele entendeu e começou o percurso. Meus olhos brilhavam, mas comecei a perceber algo estranho, onde estavam as pessoas, turistas? E os prédios? Era tudo tão simples. Tão plano, tão sem lojas…
De repente, o carro parou. E ele disse que havíamos chegado. Tentei explicar para o taxista que ele entrou errado. Aí, ele soltou uma frase que acabou com meu brilho: “Você está no interior da França”.
Marias do céu, quando olhei no relógio do tinham se passado 5 horas de viagem, estava muito, muito, muito distante de Paris. Dei um sorrisinho amarelo e perguntei pra ele qual era o próximo trem para a capital.
Bem, já que estava na cidade que também não conhecia, resolvi explorar e não é que o taxista me ajudou? Ele me levou a um monte de lugares lindos, com paisagens magníficas e terminamos o dia em um café deslumbrante.
Depois, me levou de volta a estação e peguei o trem de volta pra Florença, já que estava muito tarde, acabei deixando Paris para outro dia.
Fiquei amiga do taxista e hoje sempre que posso vou até a cidadezinha tomar um café na casa da família dele. A esposa faz bolinhos como ninguém.
Moral da história: dar errado é uma questão de ponto de vista.
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Mariasssss, acredito muito naquela frase: “Deus escreve certo por linhas certas”.
Escreve mesmo.
Nossa Maria saiu de casa com um objetivo e tudo mudou no meio do caminho, mas foi bom do mesmo jeito, ou arrisco dizer, que foi melhor ainda.
Por isso, digo e repito, deixem fluir, a vida pode surpreender e as surpresas da vida costumam ser maravilhosas.
Até a próxima semana!
Um beijo, Marias.